Dirigi o primeiro carro da GWM fabricado para o Brasil, o chassi nr. 000001, e ele é incrível!

A convite da diretoria da ABRAVEI e GWM, tive a oportunidade de conhecer no autódromo de Interlagos em São Paulo, os veículos da GWM sob a marca HAVAL, especificamente o modelo H6 GT. Antes, porém, tenho que confessar algo importante; minha expectativa em relação ao carro era relativamente baixa. Após ter dirigido veículos de outras importantes montadoras do mesmo país asiático, estava encarando a coisa toda como um “bora prestigiar mais uma montadora chinesa e aproveitar para matar a saudade dos amigos e do autódromo”. Jamais imaginaria que sairia do circuito com tamanha empolgação e impressão positiva do produto, nem falar dos executivos e acolhimento da montadora. Hoje os produtos chineses não pecam mais pela qualidade ou tecnologia, um ponto já pacificado, são bons, mas alguns sinais de falta de maturidade muitas vezes estão presentes em uma série de detalhes. Desta vez porém tive que engolir todo o meu preconceito e reconhecer que temos finalmente um nome de peso entre nós. Em primeiro lugar, as pessoas. Executivos de grande carisma e profissionalismo que tive a oportunidade de conhecer em outras montadoras, agora compõem o quadro de profissionais da GWM, muitos vindos da Toyota e outras marcas de mesmo quilate. Melhor sinal não poderia haver. Não estão brincando, vieram com força. O clima do evento era bem familiar, crianças, parentes e todo staff da montadora. Muito acolhedor. Pouca pompa e cerimônia, muita transparência e alegria. Direto ao ponto, pragmáticos. Gostei. Quase uma Apple Store, onde quem deve brilhar, é o produto. O carro O objeto de atenção porém era o SUV H6 GT, um SUV híbrido de propulsão elétrica em ambos os eixos com motor a combustão acoplado a um gerador e a uma caixa de marcha de duas velocidades DCT, que pode e será usado quando o estado de carga da bateria não for mais suficiente para impulsionar o carro. A caixa também permite o motor impulsionar o eixo dianteiro diretamente, uma medida que imagino visar maior eficiência quando não há mais energia na bateria. São 393 cavalos de potência e torque combinado de 77,7 kgfm bem distribuídos. Nada mal! O motor a combustão é um 4 cilindros, de desenvolvimento próprio da GWM, identificado como GW4B15D, volume 1.5 litro, com injeção direta e turbo, que rende 150hp. Motor térmico Tampa de óleo escondida, um convite para visitar o concessionário só para completar o óleo? Motor/gerador cx de marchas acoplado ao motor. Bom ler “Bosch”, a “Michelin” da injeção, no caso um sensor na admissão do motor a combustão… A bateria de íons de lítio de 34 kWh é arrefecida ativamente e ainda pode ser recarregada em estações não só AC, mas também DC, como as da Tupinambá Energia / Shell, com impressionante potência de 48kW, entregando uma carga de 10 a 80% em 29 minutos. Um feito para um “pack” de 34kWh. A autonomia elétrica divulgada é de 170 km, excelente! Antes que me esqueça, sim, o padrão de carga é o CCS Tipo 2, o mais comum no Brasil! Prevejo que muitos jamais chegarão a utilizar o motor a combustão e graças ao sistema de recarga DC, até mesmo em viagens o motor a combustão poderá ser aposentado. Tomara então que o H6 disponha de rotina de uso forçado do motor a combustão, como faz os Volvo e BMW i3, do contrário não serão raros os casos de danos ao sistema de alimentação por combustível oxidado. A experiência A minha começou no banco traseiro, uma prova de aceleração 0–100 km/h. Até que dessem a largada, comecei a buscar falhas no acabamento, na qualidade dos materiais ou no design do interior. Elas haveriam de existir, certo?! Ora, cadê as tão polêmicas escorregadas na escolha dos materiais, no design e na qualidade do acabamento? Tudo 100%. Bom gosto, sem exageros. Sóbrio e moderno. Depois de quase 10 anos à frente da evangelização de devices de uma notável big-tech, os detalhes dizem muito, ou se preferir, dizem absolutamente tudo sobre um produto. Acendi a luz junto a alça, a qual em breve me agarraria. Para meu espanto a luz acendeu em fade-in, assim como a big-tech nos ensinou: mimetizando um “respiro”. Isso é um detalhe totalmente inútil eu diria. Poderia acender de supetão, mas aqui mostra haver um cuidado adicional, uma preocupação com o usuário, um carinho. Se a GWM se preocupa com o acender em fade-in de um LED, haverão de se preocupar também com outros detalhes mais. Este é o racional. Well done! Acabamento primoroso. ISOFIX de fácil acesso. Tecidos de primeira. Detalhes em suede Os assentos com detalhes em suede ou material de similar qualidade. Tudo muito discreto e de bom gosto. Ancoragem ISOFIX bem visível e localizada, os pais e mães agradecem, cintos de segurança perfeitamente posicionados, painel das portas sólidos e de bom gosto. Carpete bem pré-moldado, alguns elementos de design com formas orgânicas também presentes, este geralmente evitados em projetos de baixo custo pois demanda um belo tempo a mais em frente ao CAD. Ventilação traseira, legal! Mas sinto informar, ambas portas USB ainda são do tipo A. Espero que as unidades de consumidor venham com C. Tudo perfeito e de qualidade nos painéis das portas. 0–100 Foi dada a largada, começamos o 0–100 km/h. Este não é um híbrido onde a eletricidade é coadjuvante, aqui ela é protagonista. Os três motores entram em ação, sim é um híbrido, com um motor elétrico por eixo e outro a combustão na dianteira. Antes de contar até 5, estamos a 100 km/h. A assinatura acústica dos motores é bonita, lembra um pouco o e-tron. O motor a combustão também não berra. O carro é forte! A frente levanta, a suspensão traseira multilink faz as rodas agarrarem o asfalto e mais rápido que que o Audi, estamos a 100 km/h. Meu colega ao volante do H6 GT, sem nos avisar, também testou os freios. Ainda bem que estava de cinto! Ambos excelentes, mesmo no asfalto molhado do circuito os freios seguraram bem o carro e os cintos, seguraram bem

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