Guia para Comprar Carro Elétrico Usado: 10 Dicas Essenciais
Comprar um veículo elétrico usado pode parecer arriscado, mas ao contrário dos veículos a combustão, onde a manutenção adequada do conjunto motriz é crucial para determinar o estado e o risco da compra, nos veículos elétricos essas preocupações simplesmente não existem. Ao optar por um veículo elétrico, questões como combustível adulterado, trocas de óleo negligenciadas ou transmissões desgastadas por uso inadequado não são mais relevantes. No caso dos veículos elétricos, devemos direcionar nossa atenção para o uso pretendido do veículo, o estado geral do carro e a saúde e integridade da bateria. Na verdade, comprar um veículo elétrico usado é mais seguro do que adquirir um veículo a combustão. A seguir, apresento 10 pontos recomendados pela Tupinambá para ajudá-lo a fazer uma boa escolha na compra de um veículo elétrico usado. 1. Qual será o uso? Essa é a primeira pergunta que você deve fazer ao considerar a compra de um veículo elétrico usado. Nem todos os veículos elétricos oferecem autonomia e desempenho adequados para uso em estradas. Os veículos elétricos compactos são mais indicados para uso urbano, onde a velocidade máxima e a refrigeração da bateria não são qualidades essenciais e não são testadas com frequência. Ao contrário dos carros compactos a combustão, os carros elétricos compactos geralmente não são ideais para uso em estradas. Se você planeja usar o veículo para viagens e em rodovias, onde a velocidade normalmente ultrapassa 100 km/h, é importante levar em consideração alguns pontos importantes. Prefira veículos que possuam refrigeração ativa da bateria. Essa informação geralmente está disponível na documentação do veículo. Dessa forma, após uma recarga rápida, especialmente em dias quentes, como nas estações da Tupinambá e Shell Recharge, você não terá redução de desempenho significativa. 2. Entendendo a autonomia Ao escolher um veículo elétrico usado, é importante considerar uma autonomia declarada que seja superior ao deslocamento que você pretende fazer, especialmente se for um deslocamento regular. Escolher um veículo com autonomia compatível com o seu uso garantirá viagens tranquilas e seguras. Além disso, uma autonomia generosa resulta em menos ciclos de recarga, o que reduz a degradação da bateria ao longo da vida útil do carro. A autonomia de um veículo elétrico é geralmente informada por agências nacionais de metrologia, como o Inmetro no Brasil. No entanto, é importante observar que diferentes agências podem fornecer valores distintos para um mesmo modelo de veículo. Portanto, é recomendado comparar as avaliações do veículo por diferentes agências em seus respectivos portais e regiões. Também é importante ter em mente que algumas montadoras divulgam autonomias baseadas em velocidades constantes, que não refletem a realidade típica de uso do veículo, resultando em valores incorretos e exagerados. Sempre dê preferência aos valores divulgados por agências de metrologia confiáveis. Algumas agências relevantes para comparação de autonomia são: Inmetro: O Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) apresenta números conservadores, geralmente com uma autonomia de 20 a 30% inferior à autonomia típica dos veículos elétricos. WLTP: O Worldwide Harmonised Light Vehicles Test Procedure é um procedimento instituído pela Comissão de Transporte da União Europeia e pelas Nações Unidas. Costuma apresentar valores um pouco otimistas, geralmente 10 a 20% acima da real autonomia dos veículos elétricos. EPA: A Environmental Protection Agency é a agência de proteção ambiental dos Estados Unidos. A EPA geralmente oferece os valores de autonomia mais realistas entre as agências. Quando possível, utilize os dados da EPA como base de comparação. 3. Qual carro escolher? Ao escolher um veículo elétrico usado, é importante investigar a reputação da montadora em relação ao seu pós-venda. Alguns modelos elétricos foram lançados em volumes reduzidos, e a disponibilidade imediata de peças pode ser um problema, especialmente para itens de necessidade comum, como para-choques, retrovisores, vidros e até pneus. Além disso, alguns modelos de carros elétricos utilizam pneus com medidas proprietárias, o que pode resultar em uma troca de pneus onerosa caso não haja alternativas disponíveis. Verifique se a distância do solo do veículo atende às condições da sua região. Muitos carros elétricos podem ter uma distância do solo menor do que aparentam. Pneus com perfil extremamente baixo podem proporcionar uma estética agradável, mas também podem ser desconfortáveis, mais vulneráveis a danos e até mesmo afetar negativamente a autonomia em cerca de 10%. Para veículos elétricos, pneus com mais “borracha” são preferíveis. Se possível, busque grupos em redes sociais relacionados ao veículo que você está considerando. Nada como a opinião sincera dos usuários para obter informações valiosas. Sempre compare diferentes modelos e montadoras. Lembre-se de que veículos sem suporte de assistência técnica no país podem demandar um tempo precioso para serem reparados. Se você planeja utilizar o veículo como seu único carro, esse aspecto deve ser considerado com cuidado. 4. Padrão de recarga No Brasil, o padrão mais comum de conector para recarga de veículos elétricos é o “T2 e CCS2”. No entanto, alguns veículos de montadoras asiáticas podem vir com o conector chinês GBT ou até mesmo o japonês CHAdeMO, que está se tornando cada vez mais raro no Brasil. Se você pretende recarregar o veículo exclusivamente em casa, o padrão de recarga é menos relevante na decisão. No entanto, se você deseja utilizar estações de recarga rápida, como as da Shell Recharge e Tupinambá no Posto Papa em São Paulo, é recomendado optar por veículos com conector CCS2. Alguns veículos com padrões de recarga incomuns no Brasil, como Tesla, JAC e outros, podem vir com adaptadores. Nesse caso, é recomendado realizar um teste para garantir o funcionamento correto do adaptador junto a uma estação de recarga de sua preferência. É importante mencionar que alguns veículos, como o Renault Zoe, possuem uma restrição de recarga residencial ou em shoppings em redes elétricas que não possuam uma conexão neutra para a tensão de 220 volts. Nessas situações, a recarga não será possível. Essa é uma situação específica desse modelo em particular, associada ao cenário do sudeste brasileiro, como o estado de São Paulo, onde a tensão de 220 volts é fornecida entre duas fases de 110 volts, e não entre o neutro